Hoje eu comprei um livro fantástico em um sebo aqui perto de casa. É impressionante como conseguimos livros bem baratos. Começo a minha idéia de que ano que vem estarei tentando prova para algum mestrado (provavelmente na área de Educação, História da Ciência e Epistemologia) pois é o que estou trabalhando atualmente, tirando a educação inclusiva. Então pensei em pegar alguns textos e começar a fazer traduções, além de me ajudar no estudo do ingles - que confesso, nunca fui muito fã, vai proporcionar boas matérias para o blog.
Como eu estou iniciando com essa tradução peço perdão e ajuda daqueles que entendem mais do que eu. Ao percebem algum erro por favor me avisem para que eu possa corrigir, afinal estaremos contribuindo para uma in/formação de qualidade.
Então começarei a postar todo o capítulo 6 desse livro, que fala de toda história da química.
TRADUÇÃO DO LIVRO: A BRIF HISTORY OF SCIENCE AS SEEN THROUGH THE DEVELOPMENT OF SCIENTIFIC INSTRUMENTS
Capítulo 6: A matéria e suas transformações.
Química, a ciência da matéria em todas as formas e transformações nos remete à Pré- História. Humanos, mesmo de forma inconsciente, sempre foram tanto observadores de processos espontâneos, como a combustão e a fermentação, quanto químicos proativos. Cozinhando, aquecendo cerâmica, fazendo ligas metálicas, misturando tintas e corantes, inventando medicamentos e venenos, produzindo adesivos e combinando essências florais em perfumes, sendo todas essas ações, processos químicos.
Embora, ao longo de vários milênios, a humanidade tenha se tornado cada vez mais habilidosa em todas essas atividades, o conhecimento aplicado foi produto longos períodos baseados em tentativa e erro. Tais princípios (em algumas áreas bem consolidados) foram estruturados em cima de conceitos básicos sobre os constituintes da matéria, que a cerca de dois ou três séculos estavam totalmente errados. A Ciência definida por esses princípios é conhecida como Alquimia e até cerca da metade do Séc. XVIII toda química era alquimia – Isso é. Ela não era científica ao ser comparada aos padrões modernos.
Paradoxalmente, durante quase todos os séculos XVII e XVIII, a física newtoniana e a alquimia existiam lado a lado. O próprio Newton era um dedicado alquimista, executando um grande número de experimentos falhos no laboratório que ele havia criado no Trinity College, Cambridge. Newton era contemporâneo de Robert Boyle (1627-91), que em 1661 escreveu The Sceptical Chymist, O Químico Cético, atacando os princípios alquímicos e a teoria dos quatro elementos (água, terra, ar, e forgo) de Aristóteles. Embora ele propusesse, como uma alternativa, outros elementos primitivos, ele não chegou nem perto da química analítica, que começou a evoluir no Século XVIII.
Boyle, como físico, obteve resultados notáveis (relatado no capítulo 5) com gases e desenvolvendo uma nova bomba de ar. Mas ele nunca chegou perto do correto entendimento do estado gasoso da matéria, que no século XVIII, com um homem chamado Joseph Priestley (1733-1804) e Antoine Lavoisier (1743-94), abriram as portas para a química moderna como conhecemos hoje.
Antes de olhar para esse novo mundo, dois pontos são importantes de ser destacados sobre a química, ou alquimia, nesse período da história. O primeiro é o sobre os fenômenos que são a sua preocupação sendo eminentemente terrestre. O mundo, é experimentado por humanos, e caracterizado pelos estados da matéria como sólido, líquido, e gasoso, e a capacidade de transformarem-se uns nos outros, com ou sem intervenção humana. Tais transformações pertencem à gama de reações químicas que definem a matéria.( O desenvolvimento no campo da astroquímica será mostrado no capítulo 8, muito restrito em seu alcance).
O segundo ponto é a química, mesmo esotérica, é inerentemente útil a toda humanidade. Ela permanece verdade quando suas finalidades são destrutivas, como para o desenvolvimento de explosivos. O resultado é os químicos, muitas vezes utilizarem suas habilidades para empresas rentáveis. Ludwig Mond (1839-1909), que começou sua vida na Alemanha como um químico verdadeiramente competente, terminou na Inglaterra onde fundou seu Império de Indústrias Químicas, seu sucesso foi baseado no novo método que ele desenvolveu para produzir amônia e soda- dois produtos químicos com grandes aplicações industriais. Nenhum deles seria possível sem que no século XVIII houvesse a revolução química. Assim começa a história.
Continua...
Muito bom! Gostei mesmo. E você citou dois livros (na verdade, dois químicos) cujos trabalhos ainda comprarei ano que vem (se a grana me permitir, rs).
ResponderExcluirO livro do Lavoisier é um livro que estou louca pra comprar, e nem é tão caro, já esse do Boyle é bem carinho (o dobro do preço, vi ontem, e só achei em inglês).
Acho que todo químico deveria procurar ler esses livros, pois explica como o raciocínio evoluiu e ajuda a entender melhor todos os acontecimentos que hoje são corriqueiros e simples para nós.
Durante muito tempo em minha vida acadêmica, eu esnobei Lavoisier, Dalton, Thompson entre outros químicos dos primórdios, pois as suas teorias eram erradas. Depois é que eu entendi que suas teorias não estavam erradas e sim que seus raciocínios estavam incompletos, em desenvolvimento. E acho que é um erro que muitos cometemos: não entender o passado pode prejudicar a compreensão do futuro...
Valeu pelo texto! ^^ Ah! E indico a ler "O Sonho de Mendeleev"
Rodi, o seu comentário é muito pertinente, e o livro que você indicou é fantástico. Foi o primeiro livro de História da Química que lí, eu me lembro que estava no meu 2° ano do Ensino Médio e ja ficava fascinado nas histórias, na alquimia e tudo mais.
ResponderExcluirMuito bom! a dinâmica que eu sempre pretendi para o blog seria essa questão do "forúm" onde pessoas postariam opiniões e espaço aberto à discussões.
Espero que um dia aqui tenha um bom acesso para isso.
Ah, fica tranquilo, seguidores você já tem a contento. Talvez com um pouco de incentivo, eles comecem a postar o que pensam sobre o assunto e aí você terá a troca que o blog realmente propõe!
ResponderExcluirE eu ainda não terminei de ler o livro, mas até onde li (metade) é muito interessante mesmo. É bom você ver como ocorreu essa evolução, até porque, já nos séculos V antes de Cristo, Leucipo e Demócrito falavam de "química" (do átomos, dos elementos fundamentais, etc). Mas apenas pelo século XVIII é que a Química começou a se desenvolver e nesse livro podemos ver o que aconteceu nessa lacuna, o que chega a ser engraçado, saber que por pouco, a Química não se desenvolveu em épocas anteriores pelos motivos mais simples...
Pelo que eu estou vendo esse livro vai abordar mais a história da química moderna, mas não vou ficar por ai. vou postar também textos e vídeos sobre alquimia e sobre o que aconteceu nesse intervalo de tempo.
ResponderExcluirBoa tarde. Poderia por gentileza escrever o nome completo do livro e o autor? Eu acesso seu site porém não aparece para mim a imagem da capa do livro.
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