quarta-feira, 11 de março de 2009
Einstein- Equação da vida e da morte (BBC)
Em 1939, na véspera da segunda guerra mundial, Albert Einstein escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt:
Carta de Einstein
Albert Einstein Old Grove Road, Poconic, Long Island
2 de agosto de 1939
F.D. Roosevelt
White House
Washington, D.C.
Senhor Presidente.
Um trabalho recente de E. Fermi e L. Szilard, que me foi enviado em manuscrito, leva-me a supor que o elemento urânio pode vir a ser uma nova e significativa fonte de energia em futuro próximo. Certos aspectos da situação que decorrem parecem exigir cuidado e, se necessário, ação pronta de parte do governo. Daí porque creio ser minha obrigação trazer à atenção do senhor os seguintes fatos e recomendações.
Nos últimos quatro meses tornou-se provável – através do trabalho de Joliot, na França, bem como de Fermi e Szilard, nos EUA – que seja possível desencadear, numa grande massa de urânio, uma reação nuclear em cadeia, que geraria vastas quantidades de energia e grandes porções de novos elementos com propriedades semelhantes às do elemento rádio. Agora, está quase certo que isso se possa fazer no futuro imediato.Neste momento,parece quase certo que tal fato possa ocorrer em futuro imediato
Este novo fenômeno poderia tambem levar à construção de bombas e é de se imaginar – malgrado isso seja bem menos certo – que se possam fabricar, portanto, bombas de extrema potência desse tipo. Uma só dessas bombas, levada em navio e explodida num porto, talvez possa destruir o porto inteiro com partes da zona vizinha. Entretanto, tais bombas talvez sejam muito pesadas para transporte aéreo.
Os Estados Unidos só têm minérios de urânio de qualidade muito baixa e em quantidades reduzidas. Existe minério de boa qualidade no Canadá e na ex-Thecoslováquia, mas a grande fonte de urânio está no Congo Belga.
Dada esta situação, talvez o senhor julgue de bom alvitre que algum contacto permanente se estabeleça entre o governo e o grupo de físicos que trabalha na reação em cadeia nos EUA. Uma forma possivel talvez seja o senhor atribuir essa missão a alguém de sua confiança que poderia, quem sabe, atuar em condição não-oficial. Sua tarefa poderia constar do seguinte:
a) fazer contacto com os ministérios, mantê-los a par de quaisquer novos avanços e recomendar ação governamental, com atenção particularmente voltada para o problema de garantir o suprimento de minério de urânio para os EUA.
b) acelerar as experiências, no momento levadas a efeito sob a limitação dos orçamentos de laboratórios universitários, carreando fundos, se fundos se fizerem necessários, pelo contacto com particulares desejosos de contribuir para esta causa, talvez, inclusive, buscando a colaboração de laboratórios industriais que contem disponham do necessário equipamento.
Entendo que a Alemanha resolveu de fato suspender a venda de urânio das minas tchecas que tomou.
Talvez se compreenda por que haja tomado essa providência inicial pelo fato de o filho do vice-ministro do exterior, von Weizsacker, ser ligado ao Instituto Kaiser Wilhelm, de Berlim, onde está sendo repetido parte do trabalho americano em urânio.
Atenciosamente,
Albert Einstein
A sua carta impulsionou uma cadeia de acontecimentos, que levaram a destruição de Hiroshima e Nagashaki.
Albert Einstein, mais tarde, descreveria a escrita desta carta como o grande erro da sua vida.
Esta é a história de sua mais famosa equação e como E=mc2 mudou a história e Einstein, para sempre.
DOCUMENTÁRIO
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Um comentário:
Belo documentário, gostei de ler na integra a carta assinada por Einstein ao presidente dos EUA.
Impressionante como as guerras impulsionam o desenvolvimento tecnológica. Depois da comprovação da viabilidade prática de sua teoria demorou menos de seis anos para se colocada em prática.
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